Serviço Público

Como uma revista na internet definiu Portugal:
"Um país de pessimistas crónicos, cujas virtudes brilham mais aos olhos dos estrangeiros do que dos nacionais."

É certo que é isto que somos.
Declaro que este post implementará uma pitada de Serviço Público nem que seja a vocês poucos que o lêem.
Sei que Portugal tem muitas coisas más e muitas coisas piores ainda. E também sei que a maior parte dos portugueses não vêem nada de bom no seu país.
Mas como o resto das pessoas, a maior parte das vezes só se vêem as coisas quando no-las mostram.
Tentei estabelecer como iria mostrar aos portugueses aquilo de que se podem orgulhar. Não precisei de pensar mais. Sabia exactamente o que precisava. A primeira vez que ouvi na televisão vieram-me as lágrimas aos olhos e senti um arrepio na espinha. Não perguntem porquê. Não sei explicar.

Publicidade do Azeite Gallo:

"Tirem-me a vista.
Tirem-me para sempre a luz de Lisboa, tirem-me as encostas do Douro, o Tejo e o Alentejo, tirem-me a calçada dos passeios e os azulejos da parede.
Tirem-me o ouvido.
Tirem-me para sempre o choro da guitarra e o pranto do fadista, tirem-me os pregões das mulheres do bulhão e a pronúncia de norte a sul, tirem-me a fúria de espuma das ondas e o grito do golo.
Tirem-me o tacto.
Tirem-me para sempre o sol de Inverno a bater na cara, tirem-me o barro a ganhar forma entre os dedos, tirem-me o rosto queimado da minha mãe e a mão áspera do meu pai.
Tirem-me tudo isto, mas não me tirem o gosto.
Porque se eu ainda for capaz de saborear a alheira a rebentar de sabor, ou o bacalhau com todos a nadar em azeite, serei capaz de dizer, se não me tirarem a fala, que estou em Portugal."