O dia mais feliz
Em relação ás pessoas pequeninas...estive a pensar como elas nos afectam. A realidade é que essas pessoas acabam por afectar os nossos dias. Quer queiramos quer não, por melhor que esteja a nossa disposição ao acordar, há sempre uma pessoa pequenina que diz, faz, age de uma maneira que reduz o nosso espírito um pouco. É certo que logo esquecemos que essa pessoa existe mas aquele momento em que fez isso é um momento a mais e logo nos sentimos um pouco menos superiores a ela. Por superiores não quero dizer melhores, mais inteligentes, mais ricos, mais poderosos, mas sim superiores á maneira de ser dessas pessoas. Temos que ser superiores a elas para não nos tornarmos iguais a elas.
Mas não. Este post não é uma continuação do anterior. Escrevo novamente para contemplar uma situação que presenciei ontem e que vários de nós presenciámos alguma vez nas nossas vidas ou que, pelo menos, temos conhecimento.
Casamentos.
Fui ontem a um casamento de um primo chegado e entre o naco de vitela com molho de castanhas e o lombo de porco com ananás e arroz de passas (não há pratos diferentes o suficiente nos casamentos de gente nova :D), pus-me a pensar...
Cada vez tenho mais convicção na minha teoria das pessoas que vivem em castelos de algodão doce e das pessoas pequeninas que vivem no chão. É que, se estivermos com atenção conseguimos destingui-las apenas pela maneira como reagem ás situações, neste caso a um casamento, mas serve qualquer data de celebração, sobretudo importante para alguém da famíla ou amigos chegados.
O casamento a que fui estava cheio de pessoas que vivem em castelos de algodão doce. Pessoas que num dia tão especial são capazes de deixar em casa todos os problemas das suas vidas e ir apreciar a festa e divertir-se, quer seja a dançar, a beber ou apenas na conversa (cada qual se diverte á sua maneira).
Se formos a pensar, a maior parte das pessoas que se casam fazem-no pelo menos um ano depois de terem anunciado o noivado. Ou seja, tiveram um ano inteiro a pensar e a planear este dia. O dia que será o mais feliz das suas vidas já que vão criar um laço importante entre eles. Hoje em dia casar já não significa ir viver juntos, ter a primeira experiência sexual, adquirir mais independência, nomeadamente em relação aos pais. Tanto que a maior parte dos novos casais já nem se casam. Vivem juntos e fazem juntos a sua vida. Não acho mal. Sou a favor do casamento, e hei-de me casar um dia (nem que tenha 90 anos :D), mas entendo perfeitamente o facto de um casal não achar necessidade de se casar. É só um papel que assinam. Mas no meu caso acho que tem de haver festa, celebração. É um motivo a celebrar, ou não é?! :D Não é preciso ser grande, é preciso ser feliz.
Mas quero voltar ás pessoas dos castelos de algodão doce. Tanto os noivos como os convidados pertenciam a esta categoria. Tantas vezes ouvi (e se ouve nestes casamentos) pessoas a queixarem-se de qualquer aspecto da sua vida, quer seja da artrite reumatóide do dedo mindinho da mão direita, quer seja de o patrão ser um autêntico paspalho ou de não serem bem pagos. Realmente as pessoas queixam-se sempre. Faz parte da natureza humana o acto de queixar :D. Mas a maravilha das pessoas que vivem em castelos de algodão doce são as palavras que se ouvem logo a seguir. "Mas não vamos falar em misérias. Hoje é dia de festa!" A fantástica habilidade que estas pessoas têem de deixar de pensar em si próprios e nas suas vidas por umas horas e ser felizes por um pouco em honra dos noivos.
Os noivos.
Tenho que falar nos noivos. Claro que eram as pessoas mais contentes de todo o casamento :D, mas pensemos um instante. Vamo-nos casar. Vamos organizar uma festa para umas 100 pessoas. Uma festa que demora 1 ano a organizar e que (temos esperança :D) vai ser única nas nossas vidas. Uma festa que tem que estar perfeita já que vai transmitir a personalidade dos noivos, as suas crenças, os seus gostos. Nem tinha que transmitir nada. Um casamento tem que estar perfeito e em perfeita sincronia com os noivos. É de conhecimento geral e é assim que deve ser :D. Mas enfim, adiante. Com tanta coisa que é preciso tratar. Tanta gente com quem se tem que falar. Tanta coisa a organizar. Quanto mais coisas há para organizar, maior é a probabilidade de alguma coisa correr mal (Lei de Murphy - uma das muitas :D). É normal que pessoas que estejam um ano inteiro a antecipar um dia e a trabalhar para que esse dia seja inesquecível tanto para eles próprios como para os convidados, estejam nervosos que alguma coisa corra mal.
Realmente correu. Á noite, depois do copo d'água, os convidados foram...convidados (lol) a ir até ao jardim. Ao chegar ao dito jardim, deparamo-nos com o bolo numa mesa mesmo á saída das escadas que nos conduziram lá. Os noivos ficaram lá dentro, e, depois de uns minutos de fogo de artificio, saíram com a companhia sonora de uma balada dos Bon Jovi. Após descerem o primeiro lanço de escadas os empregados acenderam o resto do fogo de artificio. Desta vez uns cones (sabem aqueles pauzinhos que se põem nos bolos de aniversário e que dão faíscas? Agora pensem em tamanho gigante :D) que estavam nos lados da escada e entre os quais era suposto passarem os noivos. Os cones acenderam-se. Mas não ficaram direitos. Cairam e em vez de faíscas só se via fumo.
Chegámos ao ponto fulcral. Uma pessoa pequenina ficaria chateada com os empregados. Ficaria FDV (que é como quem diz: Fodido Da Vida :D) e continuaria até ao bolo com uma cara carrancuda e fazendo para ignorar o facto de um dos empregados se ter queimado.
O que fez o meu primo? Disse á sua noiva/esposa para esperar mais atrás. Foi e pôs alguns dos cones direitos e passou por eles com ela, com um sorriso nos lábios. Quando viu o empregado agarrado ao braço voltou a trás a correr para ver como ele estava e pelo abraço que deram parece-me que ele estava bem :D.
Moral da história: o facto de haverem coisas que não correm como planeado no dia do teu casamento, não quer dizer que deixe de ser o dia mais feliz da tua vida. E que fazer quando as coisas não correm bem? Sorrir e continuar em frente.
É assim que fazem as pessoas que vivem em castelos de algodão doce. :D
Mas não. Este post não é uma continuação do anterior. Escrevo novamente para contemplar uma situação que presenciei ontem e que vários de nós presenciámos alguma vez nas nossas vidas ou que, pelo menos, temos conhecimento.
Casamentos.
Fui ontem a um casamento de um primo chegado e entre o naco de vitela com molho de castanhas e o lombo de porco com ananás e arroz de passas (não há pratos diferentes o suficiente nos casamentos de gente nova :D), pus-me a pensar...
Cada vez tenho mais convicção na minha teoria das pessoas que vivem em castelos de algodão doce e das pessoas pequeninas que vivem no chão. É que, se estivermos com atenção conseguimos destingui-las apenas pela maneira como reagem ás situações, neste caso a um casamento, mas serve qualquer data de celebração, sobretudo importante para alguém da famíla ou amigos chegados.
O casamento a que fui estava cheio de pessoas que vivem em castelos de algodão doce. Pessoas que num dia tão especial são capazes de deixar em casa todos os problemas das suas vidas e ir apreciar a festa e divertir-se, quer seja a dançar, a beber ou apenas na conversa (cada qual se diverte á sua maneira).
Se formos a pensar, a maior parte das pessoas que se casam fazem-no pelo menos um ano depois de terem anunciado o noivado. Ou seja, tiveram um ano inteiro a pensar e a planear este dia. O dia que será o mais feliz das suas vidas já que vão criar um laço importante entre eles. Hoje em dia casar já não significa ir viver juntos, ter a primeira experiência sexual, adquirir mais independência, nomeadamente em relação aos pais. Tanto que a maior parte dos novos casais já nem se casam. Vivem juntos e fazem juntos a sua vida. Não acho mal. Sou a favor do casamento, e hei-de me casar um dia (nem que tenha 90 anos :D), mas entendo perfeitamente o facto de um casal não achar necessidade de se casar. É só um papel que assinam. Mas no meu caso acho que tem de haver festa, celebração. É um motivo a celebrar, ou não é?! :D Não é preciso ser grande, é preciso ser feliz.
Mas quero voltar ás pessoas dos castelos de algodão doce. Tanto os noivos como os convidados pertenciam a esta categoria. Tantas vezes ouvi (e se ouve nestes casamentos) pessoas a queixarem-se de qualquer aspecto da sua vida, quer seja da artrite reumatóide do dedo mindinho da mão direita, quer seja de o patrão ser um autêntico paspalho ou de não serem bem pagos. Realmente as pessoas queixam-se sempre. Faz parte da natureza humana o acto de queixar :D. Mas a maravilha das pessoas que vivem em castelos de algodão doce são as palavras que se ouvem logo a seguir. "Mas não vamos falar em misérias. Hoje é dia de festa!" A fantástica habilidade que estas pessoas têem de deixar de pensar em si próprios e nas suas vidas por umas horas e ser felizes por um pouco em honra dos noivos.
Os noivos.
Tenho que falar nos noivos. Claro que eram as pessoas mais contentes de todo o casamento :D, mas pensemos um instante. Vamo-nos casar. Vamos organizar uma festa para umas 100 pessoas. Uma festa que demora 1 ano a organizar e que (temos esperança :D) vai ser única nas nossas vidas. Uma festa que tem que estar perfeita já que vai transmitir a personalidade dos noivos, as suas crenças, os seus gostos. Nem tinha que transmitir nada. Um casamento tem que estar perfeito e em perfeita sincronia com os noivos. É de conhecimento geral e é assim que deve ser :D. Mas enfim, adiante. Com tanta coisa que é preciso tratar. Tanta gente com quem se tem que falar. Tanta coisa a organizar. Quanto mais coisas há para organizar, maior é a probabilidade de alguma coisa correr mal (Lei de Murphy - uma das muitas :D). É normal que pessoas que estejam um ano inteiro a antecipar um dia e a trabalhar para que esse dia seja inesquecível tanto para eles próprios como para os convidados, estejam nervosos que alguma coisa corra mal.
Realmente correu. Á noite, depois do copo d'água, os convidados foram...convidados (lol) a ir até ao jardim. Ao chegar ao dito jardim, deparamo-nos com o bolo numa mesa mesmo á saída das escadas que nos conduziram lá. Os noivos ficaram lá dentro, e, depois de uns minutos de fogo de artificio, saíram com a companhia sonora de uma balada dos Bon Jovi. Após descerem o primeiro lanço de escadas os empregados acenderam o resto do fogo de artificio. Desta vez uns cones (sabem aqueles pauzinhos que se põem nos bolos de aniversário e que dão faíscas? Agora pensem em tamanho gigante :D) que estavam nos lados da escada e entre os quais era suposto passarem os noivos. Os cones acenderam-se. Mas não ficaram direitos. Cairam e em vez de faíscas só se via fumo.
Chegámos ao ponto fulcral. Uma pessoa pequenina ficaria chateada com os empregados. Ficaria FDV (que é como quem diz: Fodido Da Vida :D) e continuaria até ao bolo com uma cara carrancuda e fazendo para ignorar o facto de um dos empregados se ter queimado.
O que fez o meu primo? Disse á sua noiva/esposa para esperar mais atrás. Foi e pôs alguns dos cones direitos e passou por eles com ela, com um sorriso nos lábios. Quando viu o empregado agarrado ao braço voltou a trás a correr para ver como ele estava e pelo abraço que deram parece-me que ele estava bem :D.
Moral da história: o facto de haverem coisas que não correm como planeado no dia do teu casamento, não quer dizer que deixe de ser o dia mais feliz da tua vida. E que fazer quando as coisas não correm bem? Sorrir e continuar em frente.
É assim que fazem as pessoas que vivem em castelos de algodão doce. :D
2 Comments:
Adoro quando escreves :)!
Quero saber mais sobre as pessoas dos castelos de algodão doce! continua! :)
Está muito bom menina, tens muito jeito para escrever, Beijocas
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